06 janeiro 2006
Droga, tá na minha hora de novo...mas preciso contar que hj o dia foi bem movimentado.
Começou cedo com o telefonema do maluco dizendo que tinha voltado e pedindo desculpas! Putz se ele tivesse perto ía levar uns tapas por ter me feito chorar...mas tudo bem...passou...fiquei feliz de ele ter aparecido novamente. Se sumir de novo, vou bater lá na porta dele só pra dar uns cascudos...
Tempo depois aparece a outra maluca dizendo que agora é ela quem vai sumir...eu mereço! Quando não é um é o outro! Quem vai acabar sumindo sou eu...só de pirraça rsrs
Até parece q eu faço isso...rs, sumir pra que? De nada adianta, mas entendo esses malucos, tô ficando igual a eles...malukets!
De resto, foi tranquilo...bate papo com um novo amigo e conversas com os velhos.
E por falar em resto vou postar qui um texto q recebi da maluket nº.1...rs
Todo o resto...
"Existe o certo, o errado e todo o resto".
Esta é uma frase dita pelo ator Daniel de Oliveira representando
Cazuza, em conversa com o pai, numa cena que, a meu ver,
resume o espírito do fime . Aliás, resume a vida.
Certo e errado são convenções que se confirmam com meia
dúzia de atitudes. Certo é ser gentil, respeitar os mais velhos,
seguir uma dieta balanceada, dormir oito horas por dia, lembrar
dos aniversários, trabalhar, estudar, casar e ter filhos, certo
é morrer bem velho e com o dever cumprido.
Errado é dar calote, repetir o ano, beber demais, fumar, se drogar,
não programar um futuro decente, dar saltos sem rede.
Todo mundo de acordo?
Todo mundo teoricamente de acordo, porém a vida não é
feita de teorias.
E o resto?
É tudo aquilo que agente mal consegue verbalizar,
de tão intenso? Desejos, impulsos, fantasias, emoções.
Ora, meia dúzias de normas preestabelecidas não dão
conta do recado.
Impossível enquadrar o que lateja, o que arde, o que grita
dentro de nós.
Somos maduros e ao mesmo tempo infantis, por trás de nosso
autocontrole há um desespero infantil. Possuímos uma
criatividade insuspeita: inventamos músicas, amores, e
problemas, e somos curiosos, queremos espiar pelo buraco
da fechadura do mundo para descobrir o que não nos contaram.
Todo o resto.
O amor é certo, o ódio errado, e o resto é uma montanha de
outros sentimentos, uma solidão gigantesca, muita confusão,
desassossego, saudades cortantes, necessidades de afeto e
urgência sexuais que não se adaptam às regras do bom
comportamento. Há bilhetes guardados no fundo das gavetas
que contariam outra versãoda nossa história, caso viessem
a público.
Todo o resto é o que nos assombra: as escolhas não feitas, os
beijos não dados, as decisões não tomadas, os mandamentos
que não obedecemos, ou que obedecemos bem demais - a
troco de que fomos tão bonzinhos?
Há o certo, o errado e aquilo que nos dá medo, que nos atrai,
que nos sufoca, que nos entorpece.
O certo é ser magro, bonito, rico e educado, o errado é
ser gordo, feio, pobre e analfabeto, e o resto nada tem a ver
com esse reducionismo: é nossa fome por idéias novas, é
nosso rosto que se transforma com o tempo, são nossas
cicatrizes de estimação, nossos erros e desilusões.
Todo o resto é muito mais vasto.
É nossa porra-louca, nossa ausência de certezas, nossos
silêncios inquisidores, a pureza e a inocência que se mantêm
vivas dentro de nós, mas que ninguém percebe, só porque
crescemos.
A maturidade é um álibe frágil.
Seguimos com uma alma de criança que finge saber
direitinho tudo o que deve ser feito, mas que no fundo entende
muito pouco sobre as engrenagens do mundo.
Todo o resto é tudo que ninguém aplaude e ninguém
vaia, porque ninguém vê.
(Martha Medeiros)
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