31 janeiro 2007

Adoro "maionese" rs

Papo vai, papo vem e uma viagem na "maionese" começa, rs.

Segredos compartilhados, confissões feitas, desejos à tona e mais tarde...estaremos dentro de um sonho.

Somos desejo, chama, pele, sabor, amor, amigos...somos o que quisermos, não temos barreiras, não temos pudores, não temos porquês.

Somos simplesmente: EU e VOCÊ!

(E quem não entendeu este escrito que viaje dentro de um pote de "Helmann's" rs)

bjsss melecados de maionese à vc! :P

(Josy)

Amanhã pode ser tarde. Ontem?... Isso faz tempo!... Amanhã?... Não nos cabe saber...
Amanhã pode ser muito tarde... Para você dizer que ama, Para você dizer que perdoa, Para você dizer que desculpa, Para você dizer que quer tentar de novo,
Amanhã pode ser muito tarde... Para você pedir perdão, Para você dizer: desculpe-me, o erro foi meu!
O seu amor, amanhã, pode já ser inútil; O seu perdão, amanhã, pode já não ser preciso; A sua volta, amanhã, pode já não ser esperada; A sua carta, amanhã, pode já não ser lida; O seu carinho, amanhã, pode já não ser mais necessário; O seu abraço, amanhã, pode já não encontrar outros braços...
Porque amanhã pode ser muito... Muito tarde!
Não deixe para amanhã para dizer: Eu amo você!! Estou com saudades de você! Perdoe-me! Desculpe-me! Esta flor é para você! Você está tão bem!
Não deixe para amanhã O seu sorriso, O seu abraço, O seu carinho, O seu trabalho, O seu sonho, A sua ajuda.
Não deixe para amanhã para perguntar: Por que você está triste? O que há com você? Hei, venha cá, vamos conversar. Cadê o seu sorriso? Ainda tenho chance?? Já percebeu que eu existo? Por que não começamos de novo? Estou com você! Sabe que pode contar comigo? Cadê os seus sonhos? Onde está a sua garra?
Lembre-se: Amanhã pode ser tarde... Muito tarde! Procure. Vá atrás! Insista! Tente mais uma vez!
Só hoje é definitivo!
Amanhã pode ser tarde... HOJE, e não AMANHÃ.

30 janeiro 2007

A DIFÍCIL ARTE DE SABER AMAR

(Artur da Távola)
Se tudo fosse:
- "Eu te amo. Você me ama?"
Resposta:
-"Amo".
Pronto! Seria simples. E foram felizes para o resto da vida.
Quando tal diálogo acontece e duas pessoas percebem que se amam, aí a dúvida e a confusão não terminam. Começam!
Não está disposto na lei da vida que duas pessoas que se amam, saibam amar. O NORMAL é as duas não saberem. RARO é as duas saberem. O HABITUAL é uma saber e aguentar o rojão pela outra.
SABER AMAR! Quanta gente prefere viver com alguém que sabe amar, mesmo que não o ame! Quanto amor pode brotar da relação com quem sabe amar!
QUEM SABE AMAR, pode até realizar o milagre de acabar recebendo o amor de quem não o ama, ou ama e não sabe.
SABER AMAR é conhecer o amor como forma de arte. O AMOR é apenas um sentimento, enquanto que SABER AMAR é uma criação, visão estética do amor. Tanto é flor na hora certa, como presente fora de hora.
SABER AMER implica conhecer sabedorias que o amor não sabe, como esperar, deixar fluir, não invadir as dúvidas do outro, não abafar nem impedir que a outra parte supere a fossa, a angústia ou a dor que a oprime.
QUEM AMA desama junto.
QUEM SABE AMAR, por conhecer a medida exata dos orgulhos que valorizam o amor, suporta tal sentimento, desde que seja passageiro, é claro.
QUEM AMA, quando cansa, pode voltar a amar.
QUEM SABE AMAR quando desliga é para sempre.
É mais fácil afrontar a QUEM AMA do que a QUEM SABE AMAR. Este, conhece tanto a importância do seu sentimento, que quando o retira, machucado, incompreendido ou ferido de morte, é para sempre.
CUIDADO com QUEM AMA! Mas CUIDADO MAIOR com QUEM SABE AMAR!
Quem perde um amor perde menos do que quem perde alguém que sabe amar. SABER AMAR não é depender. Não é ser servil. Não é viver agradando. Não é fazer o que o outro quer.
SABER AMAR é ter as reações certas, de compreensão e crítica; é ocupar todo o seu lugar no espaço e no tempo do sentimento e da emoção do outro.
SABER AMAR é até saber desistir. SABER AMAR é aquela parte que, partindo do amor, procura (até encontrar) a parte do outro que um dia saberá amar. E a encontrando tem paciência, afeto e tolerância. A menos que descubra que ela não merece.
Porque SABER AMAR é também ter a coragem das renúncias, bravura raramente presente em quem, apenas, AMA.

Amores virtuais...

Outro dia conversando com um amigo no msn,

um moço bonito, sorridente, casado com uma bela

mulher (ele me mostrou a foto..rs), disparei a

seguinte pergunta..você já teve um relacionamento

fora do casamento..ele me respondeu..tive sim..um

relacionamento virtual forte e intenso, ainda bem

que ela me deu um pé na bunda à tempo ou teria

me apaixonado pra valer..

Passado alguns dias ele me chamou

no msn e me contou..reatamos.."Ela me ama".

Fiquei com essa frase martelando na cabeça..

Dias atras, conversando com outro amigo a quem

vou chamar de @njo, uma pessoa bem resolvida,

bem humorada e muito assediada pelas sala por

onde passa, conversando sobre relações virtuais

ele me contou que perguntou a uma moça numa sala

de bate papo, como se namora virtualmente..e ela

respondeu..é só chamar de amor e pronto..

estão namorando..

Será apenas isto?..chamar de amor e pronto?,

bem, não concordo..como também não concordo

que chamem o amor de "virtual",

isto não existe..amor é sempre amor,

e sempre é real.. o que acontece é que existe uma

banalização da palavra amor..o que é lamentável, porque

a palavra amor é uma palavra forte..completa..que não deveria

ser desperdiçada com tantos "eu te amo" ocasionais,

e sem sentido.

Amor, seja ele "real" ou "virtual" é sempre amor, se você sorri..

se chora..se compartilha..se tem cúmplicidade..se sente ciúmes..

se deixa o outro(a) "ver" você e você "olha" para o outro(a)..

você não ama menos porque está distante..

é apenas um amor diferente, mais não menos importante..

Portanto meu amigo(a), se você está amando, ou sendo amado(a)

por alguém "virtualmente" falando..dê a devida importância

a esse sentimento lindo e lembre-se sempre..

Por tras do micro tem uma pessoa que sonha, chora,

suspira e deseja você, e isto, nada tem de virtual..

Amor é e sempre será amor , se for verdadeiro,

não importa as circustâncias que ele aconteça.

Respeite sua importância e as alegrias

que esse sentimento maravilhoso pode trazer.

29 janeiro 2007

Desabafando...

Agora vamos lá, dedos no teclado e lágrimas no rosto. Hora de escrever por mim mesma, nada de autores conhecidos, chegou a hora de desabafar. Já tem bastante tempo que preciso por pra fora as coisas que venho reprimindo. Como diz num dos textos abaixos, acho que tenho a sensibilidade a flor da pele e hoje pude comprovar isso. Bastou uma desconfiança pra vir a tona um vale de lágrimas, nem eu soube explicar o porquê de tal sentimento, mas já vinha machucada a algum tempo e devo ter chegado no limite. Porque é tão difícil as pessoas acreditarem nas outras? Vivemos num mundo onde só há mentiras? Nada mais é verdadeiro? Ninguém é sincero? Não posso responder pelos outros, mas um grande defeito e ao mesmo tempo, uma grande qualidade minha é ainda acreditar nas pessoas, mesmo me decepcionando, mesmo depois de vários deslizes, prefiro acreditar que estão sendo sinceros comigos, pois é assim q tento ser e nada me deixa mais fora de mim do que falar a verdade e a pessoa não acreditar. Se não acredita, se não confia, melhor manter distancia, não faz bem viver com desconfiança, de que adianta por exemplo ter um amigo e não poder confiar no que ele te diz? De que adianta eu nutrir um sentimento por uma pessoa, se acho q tudo ou grande parte do q ela me diz é mentira? Se ninguém acreditar no outro, onde vamos parar? Por não acreditar se perde muitas coisas, se perde amizade, amor, oportunidades únicas. Mas e se for realmente tudo mentira? Quem perde com isso? Garanto que não serei eu, estarei dando o melhor de mim, a minha verdade, se não estou recebendo o mesmo...lamento, o mentiroso é que vai perder a oportunidade de conviver com a sua consciencia tranquila, não há nada melhor que isso! Não é por tentar ser sincera que sou perfeitinha, longe de mim! Sou cheia de defeitos, de manias, de medos, de neuras. Já menti também, mas garanto que não é nada reconfortante assumir isso. Já fiz coisas por impulsos, já briguei com quem amo por bobagem, já pedi desculpas, já fui desculpada, já fui abandonada, já fui infantil, já fui xingada, já fui muitas coisas, algumas com razão, outras não, mas tento sempre melhorar, tento sempre ser sincera, em 90% das vezes tento agir com o coração e provavelmente esteja aí o grande erro. Talvez por isso eu cobre tanto dos outros um retorno, só que ninguém tem q agir ou pensar da mesma forma que eu. Tenho que entender os outros, mas tenho que ser entendida também. Tenho que amar, mas tenho que ser amada também. Tenho que perdoar, mas tenho que ser perdoada também. Estou sendo "esquecida", mas NÃO consigo esquecer!!! Talvez por isso tudo, eu esteja "nutrindo" uma gastrite em mim. Parecer uma fortaleza nem sempre é bom! Quero colo!!! Quero abraço!!! Quero carinho!!! Quero alguém!!! Quero você!!!

Seqüência de textos da Martha Medeiros

Todo o resto... "Existe o certo, o errado e todo o resto". Esta é uma frase dita pelo ator Daniel de Oliveira representando Cazuza, em conversa com o pai, numa cena que, a meu ver, resume o espírito do fime . Aliás, resume a vida. Certo e errado são convenções que se confirmam com meia dúzia de atitudes. Certo é ser gentil, respeitar os mais velhos, seguir uma dieta balanceada, dormir oito horas por dia, lembrar dos aniversários, trabalhar, estudar, casar e ter filhos, certo é morrer bem velho e com o dever cumprido. Errado é dar calote, repetir o ano, beber demais, fumar, se drogar, não programar um futuro decente, dar saltos sem rede. Todo mundo de acordo? Todo mundo teoricamente de acordo, porém a vida não é feita de teorias. E o resto? É tudo aquilo que agente mal consegue verbalizar, de tão intenso? Desejos, impulsos, fantasias, emoções. Ora, meia dúzias de normas preestabelecidas não dão conta do recado. Impossível enquadrar o que lateja, o que arde, o que grita dentro de nós. Somos maduros e ao mesmo tempo infantis, por trás de nosso autocontrole há um desespero infantil. Possuímos uma criatividade insuspeita: inventamos músicas, amores, e problemas, e somos curiosos, queremos espiar pelo buraco da fechadura do mundo para descobrir o que não nos contaram. Todo o resto. O amor é certo, o ódio errado, e o resto é uma montanha de outros sentimentos, uma solidão gigantesca, muita confusão, desassossego, saudades cortantes, necessidades de afeto e urgência sexuais que não se adaptam às regras do bom comportamento. Há bilhetes guardados no fundo das gavetas que contariam outra versão da nossa história, caso viessem a público. Todo o resto é o que nos assombra: as escolhas não feitas, os beijos não dados, as decisões não tomadas, os mandamentos que não obedecemos, ou que obedecemos bem demais - a troco de que fomos tão bonzinhos? Há o certo, o errado e aquilo que nos dá medo, que nos atrai, que nos sufoca, que nos entorpece. O certo é ser magro, bonito, rico e educado, o errado é ser gordo, feio, pobre e analfabeto, e o resto nada tem a ver com esse reducionismo: é nossa fome por idéias novas, é nosso rosto que se transforma com o tempo, são nossas cicatrizes de estimação, nossos erros e desilusões. Todo o resto é muito mais vasto. É nossa porra-louca, nossa ausência de certezas, nossos silêncios inquisidores, a pureza e a inocência que se mantêm vivas dentro de nós, mas que ninguém percebe, só porque crescemos. A maturidade é um álibe frágil. Seguimos com uma alma de criança que finge saber direitinho tudo o que deve ser feito, mas que no fundo entende muito pouco sobre as engrenagens do mundo. Todo o resto é tudo que ninguém aplaude e ninguém vaia, porque ninguém vê. (Martha Medeiros)

26 janeiro 2007

Vale de Lágrimas

Uma vez eu estava no cinema vendo um filme triste. Não era dilacerante, só um pouco terno, mas eu comecei a chorar mesmo assim. Não costumo chorar em cinema, no máximo fico comovida, com o olho cheio d'água, mas dessa vez chorei de lavar a alma. De repente a parte triste do filme cessou, estava numa parte até bem alegre, e eu seguia me debulhando. Já nem via mais o filme que passava na minha frente, estava agora assistindo o filme que passava dentro de mim, e chorava feito uma condenada. Chorar faz bem, todos dizem, mas eu não gosto. Chorar me dói, me incha e me fragiliza. Assim como ajoelhar faz a gente sentir mais fé e beijar nos torna mais apaixonados, chorar me faz sentir ainda mais pra baixo. Mas não é algo que se possa impedir. Choro vendo reportagens sobre crianças que passam fome, choro ao saber de grandes injustiças, choro lendo as passagens emocionantes de um livro, e chorei à beça quando, semana passada, prendi o dedo na porta do carro. Mas nenhum choro é tão sentido quanto aquele que não tem razão aparente. Já deve ter acontecido com você. Você está morrendo de rir e de repente o riso vira choro. Ou você ouve uma música que a faz lembrar de alguém, e as lágrimas escorrem. Ou você está deitada à noite, sem conseguir dormir, sem conseguir sentir nada, gostar de nada, e chora sem saber a razão, e isso lhe dá ainda mais vontade de continuar chorando. Por que a gente chora? Tem choro de alegria, de revolta, mas o mais comum é mesmo o choro de tristeza, e o motivo nem sempre é o que parece ser. Você briga com uma amiga mas chora pela falta de auto-estima. Perde a vaga de um emprego mas chora porque se sente incapaz. Não é aprovado no vestibular mas chora porque acha que nada dá certo pra você. Você não chora pelo o que lhe acontece, mas por quem você é. Daí que a única comporta capaz de estancar o aguaceiro é o auto-conhecimento. Quando a gente detecta as próprias limitações e dispõe-se a vencê-las, consegue trocar lágrimas por disposição e seguir em frente, com os olhos abertos e bem secos. Aprender a conviver com a rejeição ajuda a economizar uma nota em lenços de papel. Ninguém vai deixar de chorar, que isso faz parte da vida de qualquer ser humano, mas nos conhecendo melhor, passamos a chorar mais pelos outros e menos por nós mesmos. (Martha Medeiros)

Tudo Passa

Uma das músicas mais bonitas da MPB é aquela composta pelo Nelson Motta e cantada pelo Lulu Santos, que diz que na vida tudo passa, tudo sempre passará, como uma onda no mar. Linda. Mas é mentira. A garota está sofrendo o diabo porque brigou com o namorado e a mãe consola com a frase de sempre: vai passar. O garoto levou bomba no vestibular e o melhor amigo diz: na próxima vez você passa. Analisando superficialmente, é verdade, todas as nossas dores, um dia, cessam. Para dar lugar a novas dores. Tudo passa? Nada passa! É isso que ninguém tem coragem de nos dizer. A dor da perda, a dor de fracassar, a dor de não corresponder a uma expectativa, a dor de uma saudade, a dor de não saber como agir, de estar perdida, instável, de ter dúvidas na hora de fazer uma escolha, todas estas dores, que parecem pequenas para quem está de fora, nos acompanharão até o fim dos nossos dias. Elas não passam. Elas ficam. Elas aninham-se dentro da gente, o que não deve servir de motivo para pularmos de uma ponte. Mario Quintana escreveu que nós somos o que temos e o que sofremos. Sem dor, sem vida interior. Não passam as dores, também não passam as alegrias. Tudo o que nos fez feliz ou infeliz serve para montar o quebra-cabeças da nossa vida, um quebra-cabeças de 100.000 peças. Aquela noite que você não conseguiu parar de chorar, aquele dia que você ficou caminhando sem saber para onde ir, aquele beijo cinematográfico que você recebeu, aquela visita surpresa que ela lhe fez, o parto do seu filho, a bronca do seu pai, aquela festa para a qual você não foi convidada, o acidente que lhe deixou cicatrizes, tudo isso vai, aos pouquinhos, formando quem você é. Não há nenhuma peça que não se encaixe. Todas são aproveitáveis. Como são muitas, você pode esquecer de algumas, e a isso chamamos de "passou". Não passou. Está lá dentro, meio perdida, mas quando menos você esperar, ela vai ser necessária para você completar o jogo e se enxergar por inteiro. (Martha Medeiros)

Pedir em amizade

Uma vez uma menininha de uns oito anos se aproximou de mim e disse: "eu queria pedir tua filha em amizade". Ela já andava rondando a casa, pois havia percebido a presença de uma criança da idade dela e estava louca para brincar, mas achei de uma singeleza ela "pedir" para ser amiga da minha filha, como se pedia em namoro duzentos anos atrás. Crianças têm esse hábito. Lembro que, no tempo do colégio, às vezes alguma menina se aproximava e pedia: posso ser tua amiga? Geralmente era alguém desenturmado, que não conhecia outra maneira de criar laços a não ser solicitando formalmente. Raramente dava certo, pois amizade é uma coisa que se constrói devagarinho, depois de muitas emoções vivenciadas em conjunto. Mas se fosse fácil, se bastasse pedir, eu saberia pra quem. Bateria no ombro do Guga e do Fernando Meligeni e com a cara-de-pau que Deus me deu, perguntaria: posso ser amiga de vocês? Aquele sorrisão que o Meligeni deu ao terminar o último jogo da Copa Davis vale mais do que qualquer atestado de idoneidade. Esses guris são muito gente boa. Eu não suporto videokê, mas com eles eu passaria horas cantando o repertório do Só Pra Contrariar e iria me divertir feito uma pagodeira nata. Para a Marília Gabriela, eu pediria de joelhos: deixa, deixa eu ser sua amiga. A gente passaria tardes falando sobre tudo e sobre todos, seríamos duas entrevistadoras e duas entrevistadas, duas verborrágicas, duas mulheres tentando entender o mundo. Para o Nelson Motta e a Constanza Pascolato, eu pediria com delicadeza: posso ser amiga da dupla? Tanto faz se no Rio ou em Nova York, se é para falar de música ou de moda, ouvir gospell ou jazz, tenho certeza que a elegância e o sorriso mandariam na conversa. Eu gosto de pessoas inteligentes que enxergam o mundo com humor. Não precisa ser famoso. Tem muitas pessoas em quem eu bato o olho e penso: deve ser legal ser amiga dele. É gente que não carrega o mundo nas costas, que fala olhando nos olhos, que não se leva tão a sério, que é franca na hora do sim e na hora do não. É difícil sacar as qualidades de uma pessoa sem antes conhecê-la, mas intuição existe pra isso. Tenho vários amigos que enriquecem minha vida e se encaixam no meu conceito de "pessoas especiais", mas meu coração é espaçoso e está em condições de receber novos inquilinos: Pedro Bial, se você quiser, ainda tem lugar. (Martha Medeiros)

Sensibilidade demais

Na hora de listar as qualidades que a gente quer encontrar nas pessoas com quem iremos nos relacionar vida afora, está lá a indefectível "sensibilidade". A gente quer que o patrão seja sensível e não um grosso. A gente quer que nossa amiga seja sensível e não um trator. A gente quer - e como quer! - que nosso namorado seja sensível e não um machista brucutu. Encontrar sensibilidade nos outros é meio-caminho andado para o entendimento. E sermos, nós mesmos, sensíveis, também é um filtro bem-vindo, é a sensibilidade que permite nossa comoção diante de um quadro, de uma música, de um amor que nos arrebata ou de uma perda irreversível. Mas admito que sinto uma certa inveja daquelas pessoas que são sensíveis mas não se tornam vítimas da própria emoção. Porque sensibilidade demais esgota a gente. Tem horas em que o filtro não filtra coisa nenhuma: permite que a gente seja atingido profundamente por coisas que mereceriam menos entrega. Cultivamos mágoas por coisas que nos aconteceram 15 anos atrás, remoemos culpas que já foram mais que perdoadas e esquecidas, temos nosso sistema nervoso totalmente abalado porque alguém compreendeu mal nossas palavras, sofremos por questões insolúveis, sofremos, sofremos, e sofrer dá uma senhora consistência à nossa vida, mas como cansa.Às vezes me farto dos ideais que persigo e que, por serem ideais, nunca se concretizarão plenamente. A vida é defeituosa, imprevisível, nada é exatamente como a gente gostaria que fosse - e sensibilidade é algo que faz a gente aceitar isso e ser feliz do mesmo jeito. Já sensibilidade demais dá nos nervos e fatiga à toa. Uma certa frieza nos faz andar mais rápido, não nos retém.Como se mede, se pesa, se percebe a sensibilidade suficiente e a sensibilidade excessiva? No quanto ela joga a nosso favor ou contra. Sensibilidade suficiente refina você, lhe dá um foco na vida. Já a sensibilidade excessiva faz de você protagonista de um dramalhão mexicano. Temos escolha? Não se escolhe, é o que se é. Os que são sensíveis na medida aproveitam a vida sem duras cobranças internas. Já a turma dos excessivos pega canetas, câmeras, pincéis, sapatilhas, instrumentos, e transforma o excesso em arte. Ou faz besteiras. Cada um encontra onde colocar sua sensibilidade, uns com leveza, outros com fartão de si mesmos. Os únicos que seguem não entendendo nada são os insensíveis. (Martha Medeiros)

O luto de cada um

Não sei se você também, às vezes, percebe isso: de repente, um assunto qualquer, que não costuma ser discutido, invade a mídia, coincidentemente ou não.
Pois aconteceu de novo. Na semana passada, li umas três matérias diferentes sobre o tempo que se leva pra "curar" um amor terminado.
E em todas elas o diagnóstico era praticamente igual: de três a seis meses é o tempo considerado normal. Se depois de um ano de rompimento o sofrimento persistir, passa a ser patologia.
Se eu entendi bem, passados 180 dias de ausência daquele que a gente ama, o natural é que a gente comece a se interessar por outras pessoas e deixe de sentir dor.
Em 180 dias, no máximo, você tem que chorar toda a sua perda, processar todo o seu pesar, racionalizar, sacudir a poeira e dar a volta por cima. S
eis meses. É o prazo limite, se você tiver uma cabeça saudável.
Li, compreendi, achei sensato e confortante, mas não serve pra mim.
Sou da raça das patológicas. Nas poucas vezes em que vivi um trauma de amor, eu extrapolei o prazo dado pelas matérias de revista. Nunca me enfurnei em casa, nunca neguei o chamado da vida, fui à luta e segui vivendo, mas a dor era companheira de jornada, eu curtia um luto branco, que não aparecia para os outros, mas era sagrado pra mim e durava o tempo que eu permitia. Talvez fosse mais honesto dizer que até hoje sofro todas as minhas perdas. Isso parece doença porque a maioria das pessoas acha que sofrer significa encharcar travesseiros e fechar-se pra vida. Sofrer e ser feliz não precisam ser incompatíveis.
No meu caso, não é.
Sou uma mulher privilegiada, trago as emoções e a cabeça em ordem, mas não esqueço de nada nem de ninguém.
Eu me lembro de tudo.
Eu valorizo tudo.
Eu reverencio todos os meus grandes momentos partilhados.
Eu os reconheço como legítimos e insubstituíveis, e os homenageio com minha saudade.
E ai de quem me disser que isso tem data pra acabar. (Martha Medeiros)

22 janeiro 2007

Liberta-te... De quem és, para onde vais, o que desejas, o que sentes, o que sonhas... Liberta-te... Não penses, age...como se o amanhã fosse hoje e o hoje acaba-se ontem... Liberta-te... Das trevas que te rodeiam, dos medos que te perseguem, das angústias mal curadas, da dor por cicatrizar, da tatuagem antiga, e principalmente de TI. Liberta-te... Do ser que tens dentro de ti, dos seres que te rodeiam e não te deixam seres livre, do sorriso que tens preso na tua face... Liberta-te... Para que amanhã sejas quem sonhas ser hoje, para que o sentimento e as tuas pernas escolham a estrada que vai dentro do teu coração...a estrada da felicidade e do amor. Liberta-te... Para que eu seja Livre.

12 janeiro 2007

Quero ser teu amigo Nem demais e nem de menos Nem tão longe e nem tão perto Na medida mais precisa que eu puder Mas amar-te como próximo, sem medida, E ficar sempre em tua vida Da maneira mais discreta que eu souber Sem tirar-te a liberdade Sem jamais te sufocar Sem forçar a tua vontade Sem falar quando for a hora de calar E sem calar quando for a hora de falar Nem ausente nem presente por demais, Simplesmente, calmamente, ser-te paz. É bonito ser amigo, Mas confesso, É tão difícil aprender, Por isso, eu te peço paciência Vou encher este teu rosto De alegrias, lembranças!
Dê-me tempo De acertar nossas distâncias!
Fernando Pessoa.

04 janeiro 2007

Receita de Ano Novo

Para você ganhar belíssimo Ano Novo cor de arco-íris, ou da cor da sua paz, Ano Novo sem comparação com todo o tempo já vivido (mal vivido talvez ou sem sentido) para você ganhar um ano não apenas pintado de novo, remendado às carreiras, mas novo nas sementinhas do vir-a-ver, novo até no coração das coisas menos percebidas (a começar pelo seu interior) novo, espontâneo, que de tão perfeito se nota, mas com ele se come, se passeia, se ama, se compreende, se trabalha, você não precisa beber champanha ou qualquer outra birita, não precisa expedir nem receber mensagens (planta ou recebe mensagens? passa telegramas?). Não precisa fazer lista de boas intenções para arquivá-las na gaveta. Não precisa chorar de arrependido pelas besteiras consumadas nem parvamente acreditar que por decreto da esperança a partir de janeiro as coisas mudem e seja tudo claridade, recompensa, justiça entre os homens e as nações, liberdade com cheiro e gosto de pão matinal, direitos respeitados, começando pelo direito augusto de viver. Para ganhar um ano-novo que mereça este nome, você, meu caro, tem de merecê-lo, tem de fazê-lo de novo, eu sei que não é fácil, mas tente, experimente, consciente. É dentro de você que o Ano Novo cochila e espera desde sempre.

Carlos Drummond de Andrade