19 outubro 2007

Amor - Por Arthur da Tavola - Aos casados há muito tempo, Aos que não casaram, Aos que vão casar, Aos que acabaram de casar, Aos que pensam em se separar, Aos que acabaram de se separar, Aos que pensam em voltar... Reflitam! Por mais que o poder e o dinheiro tenham conquistado uma ótima posição no ranking das virtudes, o amor ainda lidera com folga. Tudo o que todos querem é amar. Encontrar alguém que faça bater forte o coração e justifique loucuras. Que nos faça entrar em transe, cair de quatro, babar na gravata. Que nos faça revirar os olhos, rir à toa, cantarolar dentro de um ônibus lotado. Tem algum médico aí ?? Depois que acaba esta paixão retumbante, sobra o quê? O amor. Mas não o amor mistificado, que muitos julgam ter o poder de fazer levitar. O que sobra é o amor que todos conhecemos, o sentimento que temos por mãe, pai, irmão, filho. É tudo o mesmo amor, só que entre amantes existe sexo. Não existem vários tipos de amor, assim como não existem três tipos de saudades, quatro de ódio, seis espécies de inveja. O amor é único, como qualquer sentimento, seja ele destinado a familiares, ao cônjuge ou a Deus. A diferença é que, como entre marido e mulher não há laços de sangue, a sedução tem que ser ininterrupta. Por não haver nenhuma garantia de durabilidade, qualquer alteração no tom de voz nos fragiliza, e de cobrança em cobrança, ou de machucadas e machucadas acabamos por sepultar uma relação que poderia ser eterna. Casaram. Te amo prá lá, te amo prá cá. Lindo, mas insustentável. O sucesso de um casamento exige mais do que declarações românticas. Entre duas pessoas que resolvem dividir o mesmo teto, tem que haver muito mais do que amor, e às vezes nem necessita de um amor tão intenso. É preciso que haja, antes de mais nada, respeito. Respeito ao outro a aos ligados ao outro. Agressões zero. Disposição para ouvir argumentos alheios. Muita paciência. Amor, só, não basta. Não pode haver competição. Nem comparações. Tem que ter jogo de cintura para acatar regras que não foram previamente combinadas. Tem que haver bom humor para enfrentar imprevistos, acessos de carência, infantilidades. Tem que saber levar. Amar, só, é pouco. Tem que haver inteligência. Um cérebro programado para enfrentar tensões pré-menstruais, rejeições, demissões inesperadas, contas pra pagar. Tem que ter disciplina para educar filhos, dar exemplo, não gritar!!! Tem que ter um bom psiquiatra. Não adianta, apenas, amar. Entre casais que se unem visando à longevidade do matrimônio tem que haver um pouco de silêncio, amigos de infância, vida própria, um tempo pra cada um. Tem que haver confiança. Uma certa camaradagem, às vezes fingir que não viu, fazer de conta que não escutou. É preciso entender que união não significa, necessariamente, fusão. E que amar, 'solamente', não basta. Entre homens e mulheres que acham que o amor é só poesia, tem que haver discernimento, pé no chão, racionalidade. Tem que saber que o amor pode ser bom, pode durar para sempre, mas que sozinho não dá conta do recado. O amor é grande mas não é dois. É preciso convocar uma turma de sentimentos para amparar esse amor que carrega o ônus da onipotência. O amor até pode nos bastar, mas ele próprio não se basta. Um bom Amor aos que já têm! Um bom encontro aos que procuram! E felicidades a todos nós!

03 outubro 2007

SETEMBRO

Enfim um mês novo. Eles não imaginavam o quanto seria difícil manter o controle com toda a distância que os separava. Quase discutiram, mas já haviam combinado que uma conversa seria sempre o melhor meio de resolver qualquer dúvida que surgisse. E Eles sempre se entendiam, a “raiva” passava rapidinho e logo logo estavam cheios de dengos. Imaginavam o tempo todo como será a convivência Deles, sonham em dormir e acordar coladinhos, em presenciar coisas que só casais que dividem o mesmo teto presenciam. Arranjaram maneiras de saciar um pouco o desejo do outro, trocavam intimidades constantemente, as conversas não tinham censuras e cada vez mais se completavam. Cobrança não fazia parte do dicionário Deles, Eles se confiavam e a verdade era o meio mais fácil e correto de manter longe Deles as cobranças. Antes de qualquer coisa Eles mantinham o respeito como base fundamental na relação.
Compraram o primeiro item para a casa Deles...

AGOSTO

O mês passou lento, quase não termina, as coisas estavam difíceis, mas Eles não desistiriam. As pessoas que tentaram atrapalhar, não conseguiram. Quem tinha (e tem) inveja, não conseguiu os atingir. E quem torcia (e torce), cada dia fica mais feliz junto a Eles. O amor contagia mesmo.

JULHO

Aconteceu. Chegou o grande dia. Enfim. Se encontraram em uma rodoviária. Se abraçaram, Ela ficou meio sem jeito e só se beijaram no rosto a princípio. Mas se reconheceram desde o primeiro contato. O coração acelerado e as mãos frias deixavam transparecer a emoção. Não podiam trocar muitas carícias e nem precisavam, estar ao lado já bastava, ao menos nesse início. O dia passou rápido, foram vários beijos, confidências, muita conversa e uma leve timidez. A saudade tomou conta novamente, Ele teria que voltar pra casa, mas o medo do desconhecido tinha sido vencido e a esperança de um futuro juntos estava nascendo. Alguns dias depois Ele viajou novamente para encontra-la. Ela amanheceu diferente, a ansiedade estava a lhe fazer mal, mas depois que o encontrou novamente naquela rodoviária, o mal estar foi passando, mas Ela sempre soube que Ele seria a sua cura. O tempo era curto, as horas passariam voando e Eles trataram de aproveitar da melhor forma possível. Seus corpos estavam cedentos de desejos e se entregaram sem medo. A timidez quis atrapalhar, mas não conseguiu. Estavam íntimos como se já estivessem juntos à muito tempo. Nada teria impedido aquele momento. O toque das mãos, a boca Dele a lhe percorrer o corpo quente, sua língua a sentir o mamilo Dela, o início da entrega... Nada mais íntimo do que Ele sugando todo o seu gosto, todo o prazer que Dela emanava. Coisas que só a Ele, Ela permitiu. Uma entrega audaz e tímida, mas totalmente inteira, sem preconceitos ou tabus. Um vai-e-vem compassado, a troca de suor, de saliva, de sabor. O melhor dos sabores: o amor! Ela também sentiu o gosto que o membro Dele lhe oferecia, toda a sua virilidade estava sob o controle das mãos e da boca Dela. Entre beijos, chupadas, lambidas, sabores e sussurros, Eles – primeiro Ela, depois Ele – chegaram ao êxtase do prazer – o gozo! Pararam pra relaxar. Ela fazia questão de continuar com o peso Dele sobre seu corpo, era uma forma de senti-lo ali, nu, inteiro e entregue, TODO SEU E SÓ SEU! Um banho para acalmar (ou aumentar) os ânimos. Os dois ali, despidos de qualquer vergonha, de almas limpas e de prazer saciados. Conversas, carinhos, olho-no-olho, cumplicidade, foram os passos seguintes Deles na cama. A hora da despedida estava chegando, uma lágrima escorreu dos olhos Dela, mas aquele momento não poderia terminar entre lágrimas. E assim foi! Se despediram cheios de esperanças e planos pra um futuro juntos, em breve (Eles não conseguiriam esperar tempo demais longe um do outro). As férias Dela terminaram, a rotina voltou, mas o amor Deles cresceu. As mensagens na Internet, no celular, as cartas, os telefonemas, tudo isso continuou, era o meio que Eles tinham de se fazerem próximos ainda que distantes. A certeza continuava: Eles conseguiriam vencer as barreiras, o amor era maior que qualquer coisa que pudessem atrapalhá-los. O amor quando é verdadeiro, é avesso a coisas pequenas, é mais forte que tudo e TUDO se torna possível.

JUNHO

O namoro foi assumido. Cartas, telefonemas, torpedos, fotos, demonstrações na net pra quem quiser ver, tudo era válido. Até um toque no celular, para Eles tinha um outro significado: Eu amo você! Algo de bom aconteceu pra fortificar o relacionamento Deles: Ela viajaria de férias e Ele iria até outra cidade para se encontrarem. A ansiedade tomou conta Deles, não viam a hora de se tocarem, de sentirem o calor do corpo um do outro, de cruzarem o olhar e de enfim se beijarem.

MAIO

Mas as conversas foram tomando outros rumos, Eles conversavam quase todos os dias, trocaram telefones e até endereço. Sem perceber Eles se tratavam como se já fossem namorados, davam satisfações, compartilhavam seus desejos, seus medos, seus passados e sentiam falta de estarem perto, de se tocarem, de se sentirem. A distância já não estava importando tanto quanto antes. Ela já não gostava mais do outro e Ele já não via a prima como antes, agora ela era só uma prima, nada a mais. Estavam apaixonados e perdidos. Começaram a conversar por áudio, Eles tinham que tentar encurtar a distância através de qualquer meio possível. A voz Deles reconfortava e fazia crescer a chama que se acendeu no coração Deles.

01 outubro 2007

ABRIL

O início de um conto, uma história sem fim...
ELE E ELA Tudo aconteceu de forma inesperada. Ela achava (ou estava) apaixonada por outro. Ele talvez ainda sentisse algo mais pela prima de longe por qual se envolveu e teve um namoro rápido. Mas um dia qualquer, em uma comunidade de um site de relacionamentos da internet, ambos participavam de uma brincadeira de perguntas e respostas e Ela teria que responder: “Quando te vi pensei” a respeito Dele, só que na foto Dele, Ele aparecia de costas e Ela só pode dizer que Ele era: “misterioso”. Pouco tempo depois Ele foi diretamente no perfil Dela e mostrou uma foto em que aparecia de frente. Ela gostou e falou isso! Daquele dia em diante Eles começaram a trocar recadinhos e imediatamente surgiu um interesse da parte Dela, mas ela gostava do outro, como poderia isso? Ele também não se mostrou tão interessado logo de cara. Seriam apenas bons amigos, até porque estavam a kilometros de distância um do outro.